Se a matemática encontrou a fórmula para representar grandes idéias, encontrei na minipalavra uma forma de representar contos e poesias. Procuro extrair perfume das palavras e as colho pelos pólens de suas sílabas. Sou um caçador/coletor da era digital e digo que não é tão fácil, nem tão simples assim a caça e a colheita de minicontos. Exige aprimorar o conhecimento, para que a envergadura do arco não seja frágil e a descoberta das estações não fique em vão.
sábado, 21 de março de 2015
A TESOURA ENCANTADA
A garota fez um recorte do melhor da tarde. Sobrara para um senhor sentado em um banco, umas nuvens negras de chuva. Com elas cobriu-se de uma capa cinzenta toda molhada. Rancoroso, atirou para longe o jornal que lia. Entre um rasgo de claridade solar e uma enxurrada, a menina brindou a correnteza com seus barquinhos de jornal. Abandonou no mesmo canto a tesoura de jardim, que uma senhora deixara apressada para fugir da chuva e se esconder entre janelas e cortinas. Entre a calçada e a lama corria, cantava e dançava.
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