Se a matemática encontrou a fórmula para representar grandes idéias, encontrei na minipalavra uma forma de representar contos e poesias. Procuro extrair perfume das palavras e as colho pelos pólens de suas sílabas. Sou um caçador/coletor da era digital e digo que não é tão fácil, nem tão simples assim a caça e a colheita de minicontos. Exige aprimorar o conhecimento, para que a envergadura do arco não seja frágil e a descoberta das estações não fique em vão.
quinta-feira, 17 de março de 2011
MINICONTO 193 - Binah
Lucinha corria prá lá e prá cá, atrás de sua filmadora. Todos estavam sendo filmados para a posteridade. Lucinha sempre atrás das lentes... sempre atrás...em todas as festas e solenidades, somente ela filmava, somente Lucinha. Quando Lucinha se olha no espelho não consegue esquecer-se das terríveis queimaduras provocadas por uma panela de pressão, na infância. Lucinha é assim: uma hora em frente ao espelho, outra hora atrás das lentes da filmadora. Sempre atrás, ou do espelho, para se ver horrivelmente de frente ou da filmadora para nunca ser ver.
quarta-feira, 9 de março de 2011
MINICONTO 191 - Khether
O amor foi aquecendo, aquecendo, chegando ao último grau possivel e ele foi derretendo, derretendo, tornando-se cada vez mais plástico e dúctil ao ponto de se enquadrar na sua fôrma. Tornou-se outro ao passar pela fornalha serpentuosa.
Um dia ela se foi. Desapareceu por baixo de todas as marquises e sacadas. Hoje, ele é uma alma penada, informe, sem vida, sem força, sem vínculo, sem identidade, pois perdeu completamente a sua forma existencial.
Um dia ela se foi. Desapareceu por baixo de todas as marquises e sacadas. Hoje, ele é uma alma penada, informe, sem vida, sem força, sem vínculo, sem identidade, pois perdeu completamente a sua forma existencial.
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