Se a matemática encontrou a fórmula para representar grandes idéias, encontrei na minipalavra uma forma de representar contos e poesias. Procuro extrair perfume das palavras e as colho pelos pólens de suas sílabas. Sou um caçador/coletor da era digital e digo que não é tão fácil, nem tão simples assim a caça e a colheita de minicontos. Exige aprimorar o conhecimento, para que a envergadura do arco não seja frágil e a descoberta das estações não fique em vão.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
AS LUZES QUE NÃO SE APAGAM
Todos estavam de olhos postos sobre ele. Imóvel, sem vida, inerte não poderia imaginar que mesmo deletada a última cena, as luzes do palco da vida continuam acesas como faróis.
domingo, 22 de janeiro de 2012
REENCONTRO DEPOIS DE TANTO
Cansado de querer abraçar o mundo, juntou suas mãos e começou a orar. Enfim, pelo menos elas estavam ali com ele, juntas.
IDENTIDADE NEM QUE SEJA TARDE
Olhou-se no espelho pela última vez e arremessou-o ao chão. Durante dias mirou-se em cada caco e chegando ao último ainda não tinha encontrado o seu verdadeiro eu. Desesperado, colocou as roupas numa mochila. Encheu uma garrafinha de água. Pé na estrada. Um dia um garoto gritou: "Olha lá mamãe, um andarilho!" Ele sorriu tranquilo. Enfim, encontrara na surpresa estampada da face do garoto, o seu verdadeiro eu.
LIMITES
Marcos um entregador de pizza, motoboy, era tranquilo, paciente, mas vamos verificar seus limites. No primeiro dia tocou a campainha: "Sou Anito! Trouxe-me a pizza bolonhesa?" No segundo dia tocou a campainha: "Sou Anita! Trouxe-me a pizza bolonhesa?" No terceiro dia tocou a campainha: "Sou Anito! Trouxe-me a pizza bolonhesa?" No quarto dia tocou a campainha: "Sou Anita! Trouxe-me a pizza bolonhesa?" Um mes se passou. Marcos, Marcão, Marquito, Marcola, Marquinho, Marcô, seja lá o que for, chegou com uma porta, uma nova campainha, uma caixa de ferramentas: "Anito ou Anita! Minha paciência tem limites. Vou trocar pelo menos o que posso!"
sábado, 21 de janeiro de 2012
PALABRAS
Foi um barulho imenso. Amontoado de latas no canto da estrada. Árvores partidas entre barrancos caídos. "OH!" foi seu último grito, frente a "OM!" o primeiro som da criação. Quem tem a boca maior engole o outro. É o jogo da vida nas cartas do destino. O arco da morte com a lira da beleza de Artêmis, Deusa de Éfeso e musa de Heráclito.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
DESARROLLO O HALLAZGO
Com muito cuidado ele emoldurou o candeeiro, última relíquia de seu saudoso avô. Naquele momento única oportunidade de sair de casa e reencontrar-se no caminho. Uma doce brisa envolveu-o e apagou a luz, amortecendo o pavio, numa onda de um discurso sábio e antigo. Jogou o candeeiro fora e abraçou o sol, as árvores, o azul celeste, a revoada de pássaros, enfim, reencontrou tudo o que já estava antes. Cada coisa em seu explêndido recanto com seu brilho e ternura sem aparas.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
TANSFORMACIÓN
Pablo olhando a superfície do lago espelhando o céu com imagens de pássaros sobrevoando seu espelho, conseguiu erguer-se à superfície e sobreviver ao fundo do seu próprio poço, limpando-se do limo e do lodo.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
VAZIO INSTANTÂNEO
A roupa de marca. À frente uma carreta parada. O motorista sumiu na esquina. Somente aquela roupa estampada sobrou para os olhares presentes. O ausente mesclou-se ao lodo. Retornou ao selo da criação.
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