Se a matemática encontrou a fórmula para representar grandes idéias, encontrei na minipalavra uma forma de representar contos e poesias. Procuro extrair perfume das palavras e as colho pelos pólens de suas sílabas. Sou um caçador/coletor da era digital e digo que não é tão fácil, nem tão simples assim a caça e a colheita de minicontos. Exige aprimorar o conhecimento, para que a envergadura do arco não seja frágil e a descoberta das estações não fique em vão.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
DOAÇÃO FANTASMAGÓRICA - Miniconto 208
Dr.Pedro estava tão compenetrado na sua mesa de trabalho, examinando as correspondências referentes às doações de órgãos e ao mesmo tempo pensando nas enormes filas de necessitados, que nem percebeu a presença daquele ilustre visitante: "Bom dia! Dr. Pedro!" "Bom dia! meu amigo, o que você deseja?" "Eu não desejo nada para mim, vim aqui apenas para doar meu fígado à sua Instituição!" "Seu fígado? Mas como você vai sobreviver sem ele?" "Olha, Doutor, já doei meu coração, meus dois pulmões, meus rins, minhas córneas...."
Dr.Pedro nem esperou que o cara terminasse seu discurso e foi logo estendendo a mão para despedir-se dele, com certeza, um maluco que entrara sem ser notado no recinto. Mas ao tocar em sua mão, não havia mão, nem braço, nem corpo, nem nada.
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