Se a matemática encontrou a fórmula para representar grandes idéias, encontrei na minipalavra uma forma de representar contos e poesias. Procuro extrair perfume das palavras e as colho pelos pólens de suas sílabas. Sou um caçador/coletor da era digital e digo que não é tão fácil, nem tão simples assim a caça e a colheita de minicontos. Exige aprimorar o conhecimento, para que a envergadura do arco não seja frágil e a descoberta das estações não fique em vão.
domingo, 22 de abril de 2012
Dr.Pedro estava tão compenetrado na sua mesa de trabalho, examinando as correspondências referentes às doações de órgãos e ao mesmo tempo pensando nas enormes filas de necessitados, que nem percebeu a presença daquele ilustre visitante: "Bom dia! Dr. Pedro!" "Bom dia! meu amigo, o que você deseja?" "Eu não desejo nada para mim, vim aqui apenas para doar meu fígado à sua Instituição!" "Seu fígado? Mas como você vai sobreviver sem ele?" "Olha, Doutor, já doei meu coração, meus dois pulmões, meus rins, minhas córneas...."
Dr.Pedro nem esperou que o cara terminasse seu discurso e foi logo estendendo a mão para despedir-se dele, com certeza, um maluco que entrara sem ser notado no recinto. Mas ao tocar em sua mão, não havia mão, nem braço, nem corpo, nem nada.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 06:49 0 comentários
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domingo, 4 de setembro de 2011
ENCONTRO DO DESENCONTRO - Miniconto 207
Eram superpontuais. Um grupo de empresários cuidadosos, competentes, disciplinados, objetivos, eficientes, eficazes e muito empreendedores. Marcaram um encontro para a meia noite em ponto, no meio de uma floresta, apenas como modelo de ambiente. Ninguém falhou. Uns à meia noite, num campo florido; outros às 23:55 h, no alto de uma montanha; alguns às 0:03 h, em pleno deserto do Saara; muitos às 02:OO h, do Himalaia; enquanto via circunstância chegaram aqueles às 10:OO h, no planeta Vênus.
Sãos os novos tempos tecnológicos. Muda-se apenas o fundo da tela e navega-se tranquilamente pelo chat. Porém, todos juntos. De lugares diferentes, com paisagens diversas, porém somente a hora, sim, pontualmente, como numa penca de bananas.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 08:43 0 comentários
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O INESPERADO DE UMA GRANDE SURPRESA - MINICONTO 206
Lena levantou-se rápido da cama, escorregou no tapete, bateu com as mãos na mesinha, quebrou o despertador, um retrato de seu pais e seu vidro de remédios espatifou-se pelo chão. Saiu tropeçando, foi à cozinha, ainda relembrando da festa de seu aniversário ontem à noite, derrubou o litro de leite no chão, esbarrou na cristaleira e quebrou várias taças e pires. Sentou-se na sala para ver os presentes ganhos. Um lhe chamou a atenção: um par de sapatos. Experimentou calçá-los. Não pode. Quem lhe deu o presente, não podia imaginar que ela acordaria no dia seguinte com os dois pés esquerdos.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 07:18 0 comentários
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domingo, 31 de julho de 2011
MINICONTO 205 - A valsa do vento
Enquanto o vento balançava a cortina e tentava levantar suas bordas, o homem dançava com sua rosa, tocando o limite de suas pétalas. O vento respeitava uma cadência de valsa e não ia mais além de uma simples suspensão; assim como o homem conhecia a fragilidade do suspense.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 17:37 0 comentários
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domingo, 15 de maio de 2011
MINICONTO 204 - Trocadilho solar/do amor
Andava no pátio por todos os lados. Ao dia tomava banho solar, enquanto o sol luzia. À noite? Sua estrela Luzia.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 11:56 0 comentários
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domingo, 8 de maio de 2011
MINICONTO 203 - A cruel face da existência
Fecha o ziper. Em seguida a porta do banheiro, da sala, (a do elevador é automática), da garagem, do carro, do escritório (eletrônica). Liga a luz, computador, internet. Atende celular, vê email, google, blogger, aperta teclas, tchau! Havia flores pelo caminho, o céu estava nublado, uma criança sorria, as árvores bailavam ao vento? Abre o ziper, dá a descarga, tira a roupa, gira a torneira do banheiro, enxágua, enxuga, apaga a luz, dorme. Fecha, abre, tecla, acelera, ......fecham a tampa, lacram, desce ao túmulo!
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 11:55 0 comentários
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sábado, 23 de abril de 2011
MINICONTO 202 - ANIMAIS PRÉ-HISTÓRICOS NA PRAIA
Martha não aguentava mais sua vida turbulenta na metrópole. No trabalho, todos se bedelhavam em sua vida, num desdém à vista. Entrou no carro e saiu pela orla marítima em busca de uma praia o mais deserto possível. Encontrou-a finalmente. Meia dúzias de casas e uma pousada repintada sobre uma antiga colônia de pescadores. Logo de manhã, no dia seguinte foi à praia. Enorme pedreira atraiu-a, encravada no mar. Escalou-a, passeou por várias lajes, declives, subidas e sentou-se. Observou que várias pedras enormes pareciam animais pré-históricos. Inclusive a pedra em que estava sentada, dava a impressão que respirava! Resolveu voltar para a pousada, pois julgou-se muito cansada, ao ponto de ter tais impressões.
No outro dia voltou à pedreira. Todas as pedras que pareciam animais pré-históricos estavam fora do lugar, como se estivessem movimentado à noite. Pedras-elefantes-rinocerontes-tartarugas gigantes-sapos-baleias-dinossauros, etc. enormes em lugares diferentes. O sapo gigante em que estava sentada, respirava lentamente, enquanto o oceano chocava-se violentamente contra eles.
Em apenas cinco dias ela descansou o suficiente para sentir-se em paz e aprender com a natureza o jogo do disfarce. Era o que precisava para enfrentar o mundo e as ondas de vai e vem de seus habitantes.
Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 14:13 0 comentários
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sexta-feira, 22 de abril de 2011
MINICONTO 201 - O outro pedaço da história
Contaram-me assim: a família saiu para um passeio no campo. O pai, a mãe, a tia, o tio,um colega, a filha com o namorado. Contaram isto para vocês também. Num segundo sumiu a filha com o namorado, no meio do mato. A mãe desesperada: "Meu Deus, onde se meteu minha filha com o Ricardo?" O tio: "Não se preocupe Maria. O Ricardo não é Ricardão. Ele é vegetariano, portanto não come carne!"
O que ninguém conta e aliás ninguém dá atenção aos artistas de fundo de cena, que muitas vezes são mais atores que os canastrões de primeira linha, foi o que disse João, colega dos namorados, encostado numa castanheira: "Ricardão, já é ultrapassado. Lá na Escola, seu apelido é Beija-Flor!"
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