domingo, 22 de abril de 2012

quarta-feira, 10 de novembro de 2010MINICONTO 34 - ??? Sempre juntos. Muito certinhos. Sete horas é sete horas. Marcou, tem que cumprir. Casaram-se. Diziam que eram almas gêmeas. Um para o outro. Passaram-se anos. Sempre juntos. São agora dois ponteiros de relógio: um é o das horas, mas o outro é o dos minutos. MINICONTO 33 - zigmacrítico Errou um? Os outros também! Está fora do local? Os outros também! Perdeu o rumo? Todos perderam! Não está no lugar certo? Os outros também não! Ele pensa que a festa está maravilhosa. Tudo conforme o combinado. O cardápio um show. O anfitrião anda prá lá e pra cá com a camisa puxada. MINICONTO 32 - alfabsurdo da realidade "Estamos aqui, juntos, unidos, reunidos, irmanados, associados, entrelaçados, em torno de nós, neste recinto, neste lugar, neste espaço, nesta área, alegres, felizes, contentes, maravilhados e satisfeitos." O Presidente do Instituto Teológico, cumprimenta-o pela complexidade do discurso, coloca o anel de formatura em seu dedo, apresenta-lhe o rolo contendo o diploma de Bacharel em Teologia e dá um sorriso animalesco para a platéia, com a réplica de múltiplos concordantes do seu círculo assim-assim, assim-assim, assim-assim. MINICONTO 31 - Zetabsurdíssimo A intenção de Vera foi esta mesma: ir para a festa, beber até encher o talo, comer de tudo, dançar e esquecer seus problemas. Quando chega em casa começa a ouvir sons: "diz que chego amanhã"..."manda o cheque"... "não sei..." "vai lá"...."a visita é depois das três"... Vera está tonta e cai. Direto para o hospital. Sala de cirurgia. No outro lado da cidade: "meu filho, pelo amor de Deus, então você enfiou o chip do meu celular dentro da torta?" MINICONTO 30 - ômega Dr.Teodoro é um juiz super atarefado. Processos se apinham ao seu lado e a custa de três enfartes ele não deixa a peteca cair no chão. Sua antiga secretária exibindo um decote, traz um fardo de folhas. O juiz proclama: "lendo na página centésima sexualgésima, encontramos no processo as razões do delito." Por atos falhos freudianos ele não deixa cair nem a peteca, nem a merreca. MINICONTO 29 - y abandonado numa equação Por seu mínimo metro quadrado passa sorvete, pizza, carne de primeira, queijo suíço, azeitonas importadas, vinho francês, sucrilhos, chocolates, enlatados. Oito horas sentada. Martha fecha o expediente às 8:45 h. Apanha sua cesta básica que vai carregar até o ponto de ônibus. Só não passa sua dor na coluna. MINICONTO 28 - meio x A namorada? São duas quadras à direita. Ali é a mãe do Patrício. Calma, rapaz. Não precisa de pressa. Aqui prevalece o vazio. Não precisa de acelerar tanto. Seu acelerador já provocou suas percas. Tem uma funcionária que troca as flores duas vezes por semana. Hoje é sábado. Paulo compra o jornal. Senta-se. Deita-se sobre o jornal, no banco do ponto de ônibus. Participa de uma caçada policial. Entra numa casa abandonada e se esconde. Tiro por toda parte. Uma senhora apanha o jornal sobre o banco. Vai lendo aos poucos. O jornal estava um pouco pesado e joga-o no valão. Paulo chega em casa todo sujo de esgoto. MINIPOEMA 6 Último ponto: pronto! O carro? Esqueca-o bicho. É tal qual papel amassado no lixo. Seus pais: deixa disto! MINICONTO 26 - absurdo nearrow Alguém me persegue. Deste ângulo da sala vejo sua sombra sob a porta principal. "190! Ele é alto, de boné e violento!" Resolvido. Saio. Parece que ele se abaixou no estacionamento. Vou a todo vapor. Na avenida ele vem atrás. Dobro à esquerda em frente à delegacia. Ele some. No supermercado: escondeu atrás das gôndolas 19 e 20. Entrou um guarda federal e ele fugiu. Na lanchonete: sento-me em uma mesa a dois. Combino com o da frente de pedirmos os pratos e depois os trocarmos. Falo que dá sorte. Funcionou! Saio rápido antes que ele caia e morra à minha frente. No divã: me lembro sim, tinha dezenove anos, estávamos no parque quando os militares nos prenderam. Os revolucionários nos levaram para uma prisão distante. Um pingo de água torturava minha cabeça a noite inteira. Fátima morreu com um chute no ventre. Saulo de pneumonia, Carla de hemorragia. Fingindo-me de bondoso, fugi. Mas isto já faz quarenta anos doutor. O senhor acha que tem alguma influência na minha doença? MINICONTO 25 - ~ semelhante Ela obedece a mesma rotina: sai do carro, dá aquela voltinha sensual, abre a porta lateral, mais uma bolsa de marca, sapatos altos, requebra na sombra da vidraça da portaria e entra. Eu, daqui desta janela, ela nunca me percebe. Paixão à meia distância da vista. Acordo: duas da manhã. Oh! a janela do seu quarto está aberta. Ela tem outro! Ela não! ELE! ELE & ELE ! As sombras nas paredes aumentam seus dotes. MINICONTO 24 - / quantificação invariavel Sol da manhã, de frente pro mar, sala dois ambientes, sacada, play graund, duas suites, aeroporto em vinte minutos, portão eletrônico, interfone, porteiro dia e noite, ao lado do Mc Donald's, encostado no Shopping...esquina charmosa... Ela ainda admira o anúncio de uma semana atrás, recortadinho, preso sob uma jarra de artificiosa primavera. Para os fantasmas da solidão ela tem em dia uma caixa de diazepam. MINICONTO 23 - V disjunção lógica No meio da montanha o arcebispo estava com a batina toda rasgada: "procurem o Cristo. Encontrem-no de qualquer maneira!" Alguns sobreviventes procuram-NO por toda a parte, pelas saliências do terreno. Várias macas sobem com corpos agonizando. Helicópteros atentos sobrevoam a região. Um garoto que se amorteceu numa mala, apontou para a cruz vazia na mão do religioso e perguntou: "porque será que ele pulou do crucifixo, na hora em que o ônibus rolou pelo precipício?" MINICONTO 22 - absurdo não q ou i O pastor atravessa um pântano e uma mata. Só lhe falta vencer a correnteza caudalosa do rio para escapar do linchamento. Ainda escuta uns sons: "alô alô alô jornal nacional! Pastor Admastor transa com a mulher do coronel Arlindo!" A bicicleta de som engoliu o disco. Há uma semana atrás a cidadezinha estava calma e o ar devidamente lindo. Somente a oposição enraivecida com a notícia da candidatura do pastor a prefeito, arquitetava um plano em volta de um maníaco. MINICONTO 21 - absurdo y 2.1 As duas solteironas tentam rapidamente fugir do estupro. "Táxi!!!!!!!!!!" O farol do táxi ilumina de baixo em cima o cartaz na porta do teatro: "última exposição de Picasso". MICONTO 20 - absurdo y 2 O incrível Hulk sai apressado do carro. O povo entra em pânico. O bar esvazia. Ele mesmo se serve com uma coca-cola. Entra no carro de novo e segue viagem. Apertando o rev: o carro está parando, ele vem por uma rua estreita, confunde na avenida a entrada da cidade, vem pela BR, está saindo do RJ, o lutador King Kong termina de se maquiar, King Kong acorda, King Kong trabalha a semana contando os dias, a mãe de King Kong mostra para ele o anúncio de um concurso de fantasias: 10.000 reais para a fantasia mais verdadeira! no interior de Minas Gerais. MINICONTO 19 / axy = p + z Da. Elza está atenta no programa de televisão. Aguarda o telefonema do programa Doação do Amor. "Lembro-me bem, meu filho. Escutei um rosnar debaixo da cama. Pensei que era o cão. Estava acordando. Chutei o chão. Rág!!!! Meu Deus, deixei a porta aberta. Pela fresta vi o esqueleto do meu cão. Desacordei. Bam! Bam! Bam! acordei de novo. Arrastaram o bicho pra fora. Foi quando vi um pé humano cair no chão" Conta-se em várias localidades vizinhas que um circo dos horrores atravessou a madrugada, com uma caixa mágica em forma de jaula aberta. MINICONTO 18 / axy - z = p Em suas mãos a receita com o CID 23.0. Contempla as formiguinhas seguindo o caminho das letras engarrafadas do médico. Escuta um tremendo estrondo: booooooooooooommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!!!!!! Desliga o fogão a gás. Olha através da janela: dois aviões Boeing pretos vão em direção às duas torres!!!!!!!!!!!!!! Engole num só susto o comprimido de lorazepam. Acorda não sabe quantas horas depois. A tarde cinza deságua sobre as duas torres da Matriz, com um urubú posado em cada arco. Um braço, outro braço: dois braços, em abscissa, cabeça, tronco, per na s, em ordenada, o ponto é o umbigo. Nenhum abraço. O coração aos pedaços. MINICONTO 17 - absurdo axy + p = z Silas chegou cansado da longa viagem. Também fez o que sempre sonhou. Jogar em cassinos e dormir em boates. Conhecer uma garota com ar de boneca. Guardou as malas. As chaves do carro cairam na poltrona. Os documentos ficaram espalhados sobre a mesa da sala. Dolores estava mais abatida que perdiz de caça. Lançou sua bolsa sobre o criado mudo. Colocou os sapatos sob a cama. Tirou os cílios. Arrancou as sobrancelhas. Retirou as dentaduras e as unhas postiças. Escovou a peruca loura e esticou-se na cama com uma camisola bordada hecha em Paraguay. Dormió con sus dolores hechas em Paraguay. Postado por José Luiz Teixeira do Amaral/Adameve El Salem às 15:27 0 comentários Enviar por e-mail BlogThis! 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